28 fevereiro, 2010

DEFESA! DEFESA!

E estávamos nós prontos para mais um GGOO encontro em meios as férias de carnaval. O objetivo era recordar o que havia sido feito no final de janeiro, uma disputa de kart. Pensa daqui, analisa de lá e São José dos Campos é escolhido para mais este momento de brincadeiras, descontração e, claro, muita velocidade.

O local escolhido foi o Kart Center, que fica próximo a uma das principais avenidas da cidade. Para evitar qualquer percalço, foi feita uma reserva, o que teóricamente garantiria a nossa corrida. Ao sair da praia o sol começava a se esconder entre as nuvens e no meio da rodovia uma chuva assustadora. Seria um prenúncio de que correríamos no molhado?, pensei. Mas faltavam alguns kilometros e a chuva foi cessando a medida em que a cidade se aproximava. Não teria problema, no seco ou no molhado, o importante era correr. E depois contar a história aqui neste nosso espaço semanal, relembrando fatos e acontecimentos como invariavelmente falamos.

Ao chegar na cidade, entre ruas desertas e um começo de chuva incessante, procurava-se o local de encontro. A casa do nosso nobre Stik. Ao chegar, os latidos de Filemon, seu pastor alemão que toma conta da casa, anunciavam que estava no local certo. Com direito a pão de queijo, suco, anuário da F1 de 1992 e uma corridinha de GP2, ficamos lá conversando com a familia sobre jornalismo, corridas e o futuro de nosso nobre jornalista. Tinhamos tempo para isso antes da corrida com hora marcada.

Como o Kart não era muito longe, faltando 10 minutos lá fomos nós. E, ao sair, fomos surpreendidos pela chuva que teimava em cair. Som alto no carro e gargalhadas, lá fomos nós tentando achar o caminho, sempre errático. Mais gargalhadas. Mas chegamos ao local sem grandes percalços. Ao descer do carro, aí sim, fomos surpreendidos novamente. O Kart estava fechado, lá dentro apenas um funcionário mexendo nos carrinhos anunciava que não abririam naquela noite. Do lado de fora, umas 15 pessoas chegavam para correr.

Tentamos argumentar e até tentar falar com os donos, sem resultado. Ou seja, um compromisso firmado, reservado e que não foi atendido pela organização do kartodromo. Um desrespeito aos clientes. Fiquei imaginando o que aconteceria se marcasse uma corrida nos moldes da que aconteceu em meu aniversário onde 20 pessoas estavam confirmadas para correr, e ao chegar todos dessem com a cara no portão. Decepção. O resultado é nunca mais voltar lá e sempre não recomendar a prática de Kart neste local.

O jeito foi descobrir novas formas de diversão. No salão de jogos do Shopping, uma corrida cabeça a cabeça em um simulador da Indy 500. Depois uma pizza. E nada da chuva parar. As notícias que vinham de São Paulo davam conta que a cidade estava mais uma vez submersa. O jeito era esperar. E a solução, ver um jogo de basquete da NBB: São José e Bauru. Que reeditavam a final do campeonato paulista. Ginásio cheio para ver o jogo. Muitas crianças, muita familia. E muita pipoca com queijo sendo vendida.

A torcida não parava um segundo sequer. Os gritos de defesa! defesa! ecoavam a cada instante de posse de bola do adversário, junto com a torcida que cantava, o jogadores se esforçavam. E abriam frente aos adversários. A jogo era inflamado e as discussões de melhores jogadas eram analisadas pela fanática torcida. Porque tal jogada e não a outra. Você viu a beleza deste lance?, perguntou uma das pessoas que estava na platéia.

Porém, um fato me chamou a atenção. Crianças uniformizadas, torciam junto e vibravam a cada enterrada. Chegando a imitar os gestuais dos jogadores profissionais. Voltei no tempo. Me vi em Interlagos nos idos dos anos 80, entre as curvas 1 e 2, ouvindo os mais velhos e meu pai conversando e analisando a corrida, enquanto eu ficava imitando o som dos carros passando. Senti a falta disso. O público hoje não é valorizado no automobilismo. Ainda bem que temos a GGOO, uma torcida que, como nos velhos tempos, incentiva esta discussão e valoriza a história do automobilismo nacional.

12 fevereiro, 2010

MEUS 30 ANOS

Este ano resolvi fazer um aniversário diferente. Deixei de lado os modismos, deixei de lado a vida boemia e noturna da cidade de São Paulo para me divertir com os amigos. Nada de balada, nada de almoço. Este ano fiz uma corrida de Kart.

Correr de Kart foi uma opção que veio meio que por acaso, na calada da noite. Fixei a idéia e comecei a comentar com os amigos. A receptividade foi muito boa e fui ficando me empolgando com a organização. Porém, e sempre tem um porém, era necessário conciliar as agendas e as oportunidades de cada um. O melhor dia escolhido foi domingo, dia 31/01, dois dias depois do aniversário oficial. O horário teria que ser a tarde, por conta do show do Metallica e o local deveria ser em algum lugar em que criança pudesse correr. O jeito foi correr em um Kart Indoor e a escolha recaiu sobre o Kart In Jaguaré.

O passo seguinte era montar o convite. Mas como fazer algo diferente e original. O jeito foi pegar uma foto e a partir delar, montar o modelo. Um domingo a noite inspirado ajudou para colocarmos um bom texto. A seguir, escolher algumas pessoas especiais para esta corrida e aguardar a confirmação. Dia a dia elas foram chegando e consequentemente isso fazia a ansiedade aumentar. No final, chegamos ao limite da capacidade da pista. Uma corrida entre amigos e um GGOOKart enfim aconteceriam.

No dia anterior, os preparativos. Abre as gavetas, procura luva e balaclava. Separa a roupa. Roupa não, o manto da GGOO, que seria o diferencial para identificar cada um na pista. Tudo estava pronto, separado. Nada poderia dar errado agora. O jeito era tentar dormir para viver fortes emoções no dia seguinte.

Dito e feito, um a um foram chegando. Alguns em casa e outros no kartodromo. O encontro não poderia ser mais do que especial. Uma corrida fechada, uma pista só para nós. E, por ter horário, lá fomos nós para o Briefing que é passado em imagens, de forma lúdico que todos pudessem entender. O duro era reconhecer quem era quem, afinal a maioria já estava de capacete e tirava o sarro um do outro. Após o final do filme foi feita a escolha dos karts. E desta vez não fiquei com o kart 13, fiquei com o 7.

E assim, lá fomos nós para 10 minutos de classificação. As primeiras voltas, de instalação, foram para conhecer a pista, que estreava um novo traçado naquele mês. Acelera, vira para direita, acelera, curva pra esquerda, acelera, freia...freia? Com que freio? Meu kart estava com o freio baixo demais. Não tinha problema, não queria usar muito o freio mesmo (mesmo sendo necessário). E assim fomos completando as voltas e mais voltas, tentando apertar o ritmo para fazer o melhor tempo possível e ao mesmo tempo passar alguns retardatários que ficavam pelo caminho. O tempo passou rápido, muito rápido e fomos para o grid. Fiquei em terceiro na classificação, sendo o segundo melhor da GGOO. Entre o alinhamento final e a largada, uma grande espera, alguns pilotos trocaram de kart, acerta daqui, acerta de lá e enfim todos estão a postos completando o grid.

Vem a largada. E o sistema anti-stall entra em cena. O carro não saiu do lugar e lentamente começou a andar. De terceiro cai para o sétimo lugar. E lá fomos nós batalhar por posições melhores. O jeito era acelerar e muito para compensar. Na primeira volta já estava em quinto e na volta 10 assumi o quarto lugar. Meia pista me separava do terceiro e lá fomos nós. Acelerando, acelerando. Passadas algumas voltas, vi nosso nobre presidente saindo do carro. Pensei que tivesse algum problema com o carro, então continuei concentrado, tentando alcançar. Por mais que eu chegasse perto, na reta o peso menor fazia o carro andar mais e eu ficava para trás. Minha intenção era que algum retardatário me ajudasse nesta tarefa. Esforço em vão. Na última volta, quase que isso acontece, na última curva. Mas não deu. Cheguei em quarto. Feliz da vida por estar realizado.


Saindo de lá, ainda no parque fechado, o que mais se via era o sorriso de todos os presentes. Compartilhando a felicidade, a alegria e todas as sensações de se correr de Kart. Para completar, fomos ver o filho do nosso presidente Marcos, o Guilherme, andar pela primeira vez. Ele que com 7 anos já é um dos mais fanáticos por corrida, estava a carater. Por ser loirinho e com um macacão da Ferrari, logo foi apelidado de "mini Kimi" em uma alusão à Kimi Raikkonen. E ao olhar os pais com os olhos marejados de emoção, poucos de nós conseguiram também conter a emoção. Quem viu aquela cena, quem viveu aqueles momentos, quem viu aquela tocada, viu que o nosso mini Kimi tem dom pela coisa. Até corrigida ele deu, para surpresa de todos.

No final inesquecível era a palavra mais comentada por todos. E realmente foi este meu aniversário foi  inesquecível.



Muito obrigado a todos, que fizeram desta festa algo inesquecível: Rodrigo Moconauta, William, Dr.Roque, Igor, Marcelinho, Fábio, Luciana, Terezinha, Dawidson, Stik, 
Douglas, Marcos, Carolina, Jadhe, Bruno, Fábio Pinto e Guilherme.

10 fevereiro, 2010

AMOR, AMOR, AMOR...

Amor, é algo tão dificil de aprender.
Amar, gostar, aproximar, se apaixonar.
Equações cheias de incógnitas, sem uma resposta concreta.

Esta via de mão dupla não depende de uma só pessoa.
Depende de duas. Do jeito, dos gostos, da personalidade.

Amar te faz sofrer por gostar de mais.
Amar te faz sorrir a cada instante
Amar te faz mais ansioso.
Justamente para ver quem você ama.

Mas amor é algo difícil.
Nunca aprendemos.
Sempre sofremos

Por que? Por que amar é tão difícil?
Será que a outra pessoa não percebe?
Será que faço algo errado?

Amor, um mistério.
Uma felicidade.

09 fevereiro, 2010

VOLTA AS AULAS

Na expectativa contam-se as horas para o grande dia: a volta às aulas. Depois de passar por momentos angustiantes. Quem serão meus professores? Quem serão meus colegas de sala? Quais aulas teremos? O horário se aproxima, com ele a preguiça. Poxa, tenho que ficar aguentando o professor até as 23h?

Isso tudo, certamente, todos nós passamos. Mas, e o outro lado? Como são as expectativas dos professores?

Não é muito diferente da dos alunos, o problema é que ela começa antes, com a montagem dos planos de ensino, a preparação da aula, os ajustes finais no conteúdo e...muito estudo.

Tudo isso para fazer a melhor aula possível, junto com os melhores alunos.

08 fevereiro, 2010

1º DE MAIO DE 1994

Após um sábado intenso, em busca de notícias sobre Roland Ratzemberger até a certeza de sua morte, acordei naquele domingo faltando 10 minutos para a largada, com o meu pai ao lado da cama dizendo, já começou a transmissão e a volta de apresentação. Foi o tempo de pular da cama e correr para a sala, onde costumeiramente víamos a corrida.

O clima era estranho pelos acontecimentos ocorridos no dia anterior. Falava-se muito de Barrichello e de Ratzemberger. O rosto de Senna era focalizado e seu olhar ficava perdido, ao olhar para o infinito. É dada a autorização para a volta de apresentação. Começamos a nos ajeitar na cadeira e torcermos para que esta corrida fosse a da virada, que a partir de Ímola voltássemos a ver Senna vencendo novamente.

Os carros alinham. A largada. Senna larga bem. Os carros vão saíndo. Menos a Benneton de J. J. Letho. A batida. Destroços de carro voando para todos os lados. O pneu vou para a arquibancada. Susto. Safety-car. Apreensão. Voltas e mais voltas em ritmo lento. Vai começar novamente, informa Galvão Bueno. Os carros largam. Senna sai na frente novamente. Mal sabíamos que veríamos sua última volta. Cruzam a linha de chegada, vem a Taburello. A batida. Galvão Bueno grita, Senna bate forte! Todos esperam um sinal. O resgate demora uma eternidade para chegar. Gritamos junto, cadê o resgate? Cadê o resgate? Olho para meu pai e meu irmão, apreensão. Senna não se move. Angústia. Sua cabeça mexe. Começo a gritar de alegria: ele está vivo! ele está vivo. Meu pai começa a chorar. O resgate chega, a poça de sangue demostra que a situação é grave.

A corrida recomeça e com ela a busca por notícias. Enquanto todos vão tomar banho, fico com o ouvido grudado no rádio do meu quarto, a Jovem Pan estava com link aberto, passando todas as informações direto do hospital para onde Senna fora levado. Puta que pariu. Nenhuma notícia nova. Derrepente a primeira informação. Senna está em coma profundo. Não sei o que é isso, pergunto ao meu pai. Ele começa a falar que o que é e que as chances dele sobreviver são poucas.

O silêncio pairava no carro, a caminho da casa de minha avó. O som do rádio, sintonizado com as informações deixava todos apreensivos. Coma profundo e estado muito grave. A cada minuto, as notícias iam chegando e sempre com um clima de desolação no ar. A cada instante seu quadro piorava.

Começamos o almoço familiar. Plantão da Globo. Todos correm para a frente da televisão. Morreu Ayrton Senna da Silva. Uma notícia que nunca agente gostaria de dar. Morreu Ayrton Senna. Tristeza. Engulo o choro por alguns instantes. Vou para o quarto da minha avó. Choro baixinho para que ninguém ouvisse. A noite, em casa, a TV não cessava e o choro era intenso.

A dor, a perda, nunca havia se feito de maneira tão forte.

Eu perdia, naquele instante, um idolo. Perdia-se parte das alegrias das manhãs de domingo. Ficava a saudade e as lembranças das vitórias.

Valeu Senna!

RETOMANDO...

Andava meio desligado, deixando a vida de lado por causa de outros assuntos, dando prioridade a outros lados, mas agora é hora de voltar.

E voltamos.

Está reaberto o blog do Augusto Roque