25 abril, 2016

O que os talentos líquidos nos ensinam*

* Por Claudio Neszlinger

A liquidez é a marca registrada dos profissionais que prezam a mobilidade - e não necessariamente para cima


Em tempos de múltiplas telas, always on, economia colaborativa e estruturas enxutas com alto empoderamento não cabe mais reclamar das pessoas que têm pressa de avançar na carreira. Nós criticamos a velocidade e altas expectativas delas, mas nos “esquecemos” disso diante do novo aplicativo sensacional, da tecnologia revolucionária ou da campanha super emocionante criada em tempo recorde e sob alta pressão. Um profissional “apressado” e “ambicioso” pode ter o timing perfeito para quebrar paradigmas e mudar a vida de milhões.

Vivemos em uma era de talentos líquidos. A liquidez é a marca registrada dos profissionais que prezam a mobilidade – e não necessariamente para cima. Eles querem ter a liberdade de se mover por diferentes áreas da empresa, por diferentes empresas de um grupo, por vários países e eventualmente até terminam o ciclo de desenvolvimento em uma função que sequer imaginavam no início da carreira. O foco é aprender mais, ter experiências diversificadas, conhecer mais gente e, assim, incrementar a bagagem de vida profissional e pessoal. Sempre com um senso de causa e muito alinhamento com os valores pessoais.

Saber atrair e reter talentos líquidos é tão imperativo quanto desafiador. As gerações mais novas já vêm com o chip da liquidez e não concebem um mundo – corporativo ou não – com decisões verticais, excesso de burocracia, falta de diálogo ou transparência. Em um clima organizacional restritivo, tudo o que as pessoas – especialmente as mais jovens – vão desejar é sair correndo e bater na porta de organizações que – pelo menos aparentemente – tenham uma cultura organizacional ágil, inovadora e participativa, onde as competências de empreendedorismo possam ser livremente exercidas e estruturadamente desenvolvidas.  Por isso, a pergunta de um milhão de dólares é: como criar um ambiente de trabalho no qual a liquidez turbine habilidades e talentos, em vez de ser vista como um problema?

Um dos primeiros passos é pensar na estratégia de comunicação da própria empresa. Como embalar uma mensagem institucional que efetivamente apresente aspectos importantes da cultura e sejam capazes de atingir e atrair os candidatos certos? Talentos líquidos precisam se identificar com a empresa onde vão trabalhar, ter afinidade com seus valores, se inspirar em suas lideranças e casos de sucesso. Outro passo importante – e de certa forma doloroso – é não temer a mobilidade. Possibilitar (melhor, estimular!) que o profissional mude de departamento, função ou de empresa dentro do grupo ou ainda de país é sempre melhor do que perdê-lo para o mercado.

O acompanhamento do desempenho, seguido de feedback (estruturado e frequente) e reconhecimento adequado (financeiro e motivacional), também é fundamental. Talentos líquidos querem saber se estão investindo energia no lugar certo. Querem, ainda, ter o tempo todo um senso de justiça, confiança na organização e líderes inspiradores que sirvam de modelos tanto nos aspectos ligados à estratégia de negócios quanto de inteligência emocional.

Mais do que apoiar a trajetória do talento líquido, é essencial antever a mudança que ele pode sonhar. Programas que identifiquem a fundo o perfil do profissional, seus potenciais, resultados e aspirações, e cruzem essas informações com oportunidades e necessidades da companhia, são a base para atuar “preventivamente”, individualizando as ações de desenvolvimento e promovendo a mobilidade. Esse conhecimento detalhado sobre cada talento permite saber até onde ele pode chegar e quanto tempo pretende permanecer onde está – um dado estratégico tanto para a carreira da pessoa quanto para a empresa.

Encarar a empresa inteira – ou mesmo um grupo -- como um grande organograma a ser explorado também é uma ideia em linha com a liquidez. Ao ter conhecimento detalhado de todas as áreas com todas as funções e níveis, bem como dos caminhos para chegar nesses postos, o profissional amplia imensamente seu horizonte e confiança na organização.  Esse “mapa” das oportunidades legitima o desejo de mudança e confere previsibilidade ao processo, além de reforçar o protagonismo em relação ao desenho e efetividade da própria carreira.

Mesmo em um ambiente bastante favorável à liquidez, os desafios não cessam. Cada profissional deslocado exige a atração de outro, se possível ainda melhor. São necessárias regras para o jogo, para não desestruturar a empresa com tantas mudanças. A pressa desmedida para mudar – de cargo, país etc – exige uma conscientização de que o desenvolvimento profissional envolve etapas e aprendizado. Talentos líquidos ensinam, acima de tudo, que a impermanência veio para ficar.

20 abril, 2016

COMERCIAIS INESQUECÍVEIS: FABER CASTELL - AQUARELA

5 passos para converter seus resultados de marketing em vendas*

* Por Administradores.com.br

Após conquistar fãs e resultados nas redes sociais, é necessário compreender o público e automatizar processos para transformar os curtidores em consumidores


Após conquistar fãs engajados nas redes sociais, uma boa lista de leads – sua base de contatos – e autoridade em seu nicho, é necessário vender. Diante da dificuldade que muitas empresas têm de converter em vendas, é possível listar os principais passos para conseguir efetuar mais vendas. Quem explica isso é Diego Carmona, diretor executivo e CVO do Lead Lovers, plataforma pioneira do Brasil a oferecer ferramentas e serviços completos para empreendedores e empresas no segmento de Marketing Digital.

Saiba com quem você está falando

A primeira dica do empresário é procurar saber mais sobre os leads, ou seja, os contatos cadastrados em sua base. “Qual a profissão deles, seus hábitos de consumo? De que outras empresas eles gostam de comprar, do que eles gostam, por que escolheram sua empresa, qual o feedback sobre seu serviço?”. Segundo Carmona, é preciso abrir canais de comunicação com este público, seja incentivando comentários no site ou realizando enquetes nas redes sociais e até conversando pessoalmente.

Envie e-mails

Após conhecer o público, é necessário definir metas e objetivos, produzir conteúdo relevante para eles e mensurar todas as ações. Segundo Carmona, utilizar o princípio do e-mail marketing é a melhor opção. “O e-mail é uma ferramenta de comunicação mais direta que as redes sociais, e isso faz dele um meio mais eficiente para estreitar os vínculos entre empresas e consumidores”, destaca. O empresário destaca que, mesmo com milhares de pessoas recebendo um mesmo e-mail, a comunicação é mais assertiva e as chances de envolvimento e fidelização de clientes são maiores.

Aumente a lista

É importante que os leads sejam tratados de formas diferentes. Diego Carmona explica que há diferentes estágios para os leads, desde os que ainda buscam apenas o conteúdo gratuito, até os que estão totalmente preparados para efetuar uma compra. “Lançar uma campanha focada apenas na conversão não terá resultado tão satisfatório, pois muitos potenciais clientes ainda estarão no topo e meio do funil”, explica, lembrando que é necessário não apenas converter quem está no estágio final do ciclo de compras, mas fazer com que os outros leads cheguem até esse momento.

Personalize o atendimento

A verdadeira assertividade do envio de e-mails está, especialmente, na personalização do conteúdo. Segundo Carmona, é necessário falar em uma linguagem que faça o contato se sentir o único interlocutor da conversa. “Quando você trata um consumidor com personalização, fazendo com que ele se sinta especial, a possibilidade de ele dar o próximo passo é grande”, destaca. Há formas de, por exemplo, iniciar o e-mail para cada lead com o nome dele sem a necessidade de fazer isso manualmente. Além disso, é importante que cada usuário receba conteúdos diferentes, conforme o momento do funil de vendas no qual ele se encontra.

Automatize as tarefas

Por fim, o empresário destaca a importância de se automatizar tarefas. “A automação de e-¬mails pavimenta a estrada com os conteúdos corretos para cada usuário, oferecendo o que eles precisam em cada momento e fazendo-os avançar pelas etapas”, explica Carmona, que destaca a importância de oferecer novas experiências de atendimento, estabeleça uma comunicação eficiente, reconhecer e agradar o bom cliente, entre outras ações importantes para que ele se sinta parte de uma comunidade. “Fazer tudo isso sozinho demanda tempo e um esforço gigantesco”, indica. Sendo assim, ele sugere que se busque apoio profissional e softwares para automatizar as tarefas e trazer melhores resultados. “Fidelizar clientes não é uma tarefa tão difícil, desde que sejam utilizados os recursos ideais”.

19 abril, 2016

A IMPORTÂNCIA DE UM BOM MESTRE

Na nossa vida, em cada etapa, diversos mestres nos são apresentados e têm um papel crucial na nossa formação. Logo ao nascer, os nossos pais e avós assumem o papel orientador, nos incentivando a dar os primeiros passos e a balbuciar as primeiras palavras. Eles orientam a nossa vida, nosso caráter e estipulam o "modus operandi" de uma casa e uma família.

Além disso, precisamos ter novas visões e entram em cena novos mestres: o melhor amigo, que aconselha sobre algumas decisões importantes que tomaremos, o professor do futebol, que estimula o trabalho em equipe, a disciplina, o comprometimento coletivo como resultado, os professores da escola que nos dão a base fundamental do saber, são exemplos de mestres que se fazem presentes na nossa formação.

Porém, poucos valorizam os mestres organizacionais, que são aqueles que te motivam, incentivam e orientam em busca do crescimento contínuo e do atingimento das metas empresariais. Esses mestres, geralmente chefes, líderes, gerentes, são fundamentais para a nossa formação técnica. Sem eles, por muito, pularemos de empresa em empresa, sem um objetivo claro definido, aceitando qualquer papel, sem ter algo em troca que valha realmente a pena.

Na minha vida profissional, tive alguns mestres organizacionais que me inspiraram e ajudaram a formar o jeito como eu iria atuar nas organizações. O primeiro deles, vejam só, coincidiu justamente no meu primeiro emprego, numa pequena loja de discos e CDs de bairro. O aprendizado com o casal de donos foi tão grande e aconteceu de uma forma tão serena e comprometida, que acabei, muito por conta deste momento, prestando meu vestibular e escolhendo fazer Administração de Empresas. Já formado pude trabalhar numa Consultoria, onde pude aprender com o seu principal sócio a importância de fazer com qualidade, comprometimento e, acima de tudo, aprender sempre. A cada novo cliente, um novo aprendizado. Uma nova experiência.

Além destes, os mestres de casa, professores, me mostraram que sair da mesmice, com conteúdo, é fundamental para se destacar numa vida acadêmica. Além deles, vários outros mestres que cruzaram o meu caminho, influenciaram meu estilo de ser, de lecionar e de conviver com os alunos.

Assim, a cada etapa da sua vida, valorize o seu mestre, aquela pessoa que te inspira a ser uma pessoa melhor.

Foto: Michelle Salles

18 abril, 2016

Você deveria limpar sua mesa de trabalho, mas não tanto*

* Seth Porges, da Bloomberg



Você já zombou da mesa bagunçada de um colega? Então certamente você é dos que pensam que a desordem no ambiente de trabalho é um motivo de vergonha.

Segundo pesquisa realizada pela agência de recrutamento Adecco, 57 por cento dos trabalhadores admitem que julgam seus pares pela limpeza de seu espaço de trabalho.

Em outra pesquisa da empresa, cerca de um terço dos trabalhadores disse que as pessoas que deixam as mesas e os espaços comuns desordenados são seu maior aborrecimento no ambiente de trabalho.

Mas muitos de nós temos uma ideia errada sobre a bagunça. Ela não é totalmente ruim e os processos neurais que a transformam em um problema não começam, nem terminam, nas nossas mesas de trabalho.

A próxima temporada de limpeza pode finalmente ser o momento de eliminar aquela pilha de papéis que apinha sua vista, mas antes de fazer isso veja o que a ciência diz sobre o efeito da desordem no nosso cérebro e como administrá-lo.

Primeiro, é importante entender por que ter muitas coisas ao redor pode prejudicar nossa capacidade de concentração.

Nós dependemos de certos processos cerebrais que nos ajudam a entender em que temos que nos concentrar quando navegamos em um mundo cheio de gente, quadros de avisos, pilhas de papéis e estímulos vindos de todos os lados, disse a doutora Sabine Kastner, professora de neurociência e psicologia da Universidade de Princeton.

“Há muitos objetos no mundo que precisamos processar quando abrimos os olhos”, acrescentou. “Isso cria um gargalo. Há um limite de recursos para o que você é capaz de processar simultaneamente”.

Nossos cérebros não só filtram muitas das visões e sons do entorno, mas o destino dos objetos desnecessários também é tão severo que eles podem até não receber uma representação neural.

Em outras palavras, no que diz respeito ao nosso cérebro, eles não existem -- e se esses objetos invisíveis representam tarefas (digamos, uma pasta relacionada a um projeto por terminar), isso pode fazer com que eles nunca sejam finalizados.

Além disso, o constante processo de vasculhar o mundo para determinar o que merece a nossa atenção tem seu preço.

“Você pode sobrecarregar qualquer rede neural e qualquer mecanismo cognitivo a ponto de torná-lo completamente disfuncional”, disse Kastner.“Por isso, se há muita bagunça no seu mundo, em algum ponto esse mecanismo entrará em colapso”.

Isso dificulta a vida de uma pessoa com a mesa totalmente bagunçada na hora de focar em um item. E assim como as redes neurais responsáveis por esse sistema, podemos facilmente acabar nos sentindo sobrecarregados.

Mas aqui está o problema: a bagunça excessiva é ruim, mas sujeitar-se a um ambiente vazio e desestimulante não é melhor.

“Se você organiza completamente o seu mundo, colocando uma pessoa em um quarto estéril com poucos objetos, esses mecanismos de seleção de atenção se desligam”, disse Kastner. “Parece estranho, mas precisamos de um pouco de desordem para operar normalmente”.

Segundo Kastner, o nível ideal de desordem é diferente para cada indivíduo. É por isso que algumas pessoas conseguem se concentrar muito bem com uma mesa bagunçada, enquanto outras se desligam ao ver um papel fora do lugar.

Se você ficar muito abaixo do nível ideal eliminando muita desordem, seu cérebro pode acabar sendo desestimulado, possivelmente tornando mais difícil para você operar no auge do desempenho -- particularmente no tocante a tarefas que exigem criatividade.

Por isso, se você lida com um colega particularmente obcecado pela organização, que gosta de julgar sua mesa relativamente bagunçada, você tem minha permissão para pedir que ele te deixe em paz, porque é assim que você trabalha melhor.

15 abril, 2016

É PROIBIDO GASTAR!

Sátira da música É Proibido Fumar (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) feita pelos alunos dos cursos de Direito e Administração da Universidade Ibirapuera, a respeito do livro Superfreakonomics na disciplina Economia.




13 abril, 2016

Novas metodologias para capacitar os funcionários*

* Por Roseli Loturco - Revista Você RH

Cansadas de gastar dinheiro e não ver o resultado prático das ações de treinamento e desenvolvimento, as companhias apostam em outras formas de ensino



A zootecnista Juliana Pescara, responsável pelo treinamento e desenvolvimento da Elanco na América Latina, passou três meses nos Estados Unidos, em 2013, para receber 19 certificações de diferentes cursos sobre como capacitar pessoas. Era uma tentativa para resolver um problema corporativo. A Elanco, divisão de saúde animal da farmacêutica Eli Lilly, sofria do mesmo mal da maioria das empresas: como aprimorar o conhecimento de seu público interno e fazer os milhões investidos todos os anos em desenvolvimento valer a pena?

Segundo o Panorama do Treinamento no Brasil 2015, realizado pela associação brasileira de treinamento, a ABTD, as corporações com mais de 500 funcionários gastam em média 1.385.819 reais com treinamento e desenvolvimento (T&D), o que representa 11% de sua folha de pagamento. A pesquisa, que analisou dados de 425 instituições públicas e privadas, identificou um aumento de 58% no volume de trabalho do profissional de T&D de 2014 para 2015. Contudo, pouquíssimas organizações avaliam o resultado das ações da área — e, quando o fazem, os números são alarmantes. “Só 8% das empresas brasileiras que mais empregam calculam o retorno sobre o investimento feito em treinamentos. Globalmente, esse percentual é de 28%”, afirma Aléssio Tanganelli, diretor para Itália, Espanha e Brasil do Top Employers Institute, instituição holandesa que certifica globalmente as condições criadas por empregadores a seus colaboradores. No que tange à qualidade da formação, a taxa mundial de retenção do conhecimento é de pouco mais de 40%, enquanto no Brasil “apenas 23% do que é passado nas aulas é retido pelo funcionário por longo tempo”, diz Tanganelli.

Uma das causas da baixa retenção do aprendizado está na forma como técnicas e conhecimentos são apresentados em sala de aula. “O cérebro pode ouvir alguém falar por 90 minutos, mas só vai absorver 20 minutos da conversa. Se o professor quiser que o aluno se envolva no conteúdo, precisa reconquistá-lo a cada oito minutos”, explica Juliana, da Elanco. Ao voltar da temporada nos Estados Unidos, a executiva reformulou todos os programas de T&D da multinacional, tanto dos cursos presenciais quanto dos virtuais. Seguiu como princípio básico o conceito da andragogia. “Essa modalidade foi escolhida para melhorar a retenção de conteúdo por parte dos empregados e aumentar a eficácia de sua implantação no dia a dia”, diz a zootecnista.

Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender, segundo a definição creditada ao educador americano Malcolm Knowles, na década de 1970. O termo remete à educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças. “Ela é baseada na citação do filósofo chinês Confúcio: ‘Aquilo que escuto eu esqueço. Aquilo que vejo eu lembro. Aquilo que faço eu aprendo’”, explica Juliana. As aulas seguindo a andragogia envolvem instrumentos sensoriais, como massinha e bexigas, além de música, vídeos e brincadeiras para quebrar o gelo inaugural das turmas.

Além desse conceito, a Elanco adotou a técnica dos quatro “is”: envolver (involve, em inglês), entrar (in put, no outro idioma), implementar e integrar — respeitando a teoria dos 90x20x8. Os números se baseiam no tempo de cada ação: ninguém fica sentado por mais de 90 minutos, por 20 recebe um in put de aprendizado e a cada oito minutos o educador envolve o participante usando o terceiro ou o quarto ‘i’.

As novas práticas de ensino começaram em 2013 nas unidades da América Latina e hoje são usadas com os 7.000 funcionários da Elanco globalmente. Um dos resultados práticos medidos pela companhia — que se tornou a segunda maior empresa de saúde animal do mundo com a compra da Novartis, em 2014 — foi a redução pela metade do tempo para fechar novos negócios. “Outro indicador foi a melhora no engajamento de equipes com a liderança”, diz a responsável por treinamento e desenvolvimento.

Assim como a empresa de saúde animal, a fabricante de papel e celulose Suzano também utiliza em seus treinamentos instrumentos de percussão, histórias e objetos lúdicos. A necessidade de rever os cursos surgiu a partir de 2013, com a chegada do presidente Walter Schalka. O CEO decidiu levar o conceito de empreendedorismo até as pontas, o que significava estender o poder de decisão aos funcionários de todos os níveis hierárquicos. Para isso funcionar, era preciso alinhamento e confiança — e, obviamente, ensinar pessoas que nunca tomaram decisões a decidir.

Para isso acontecer na prática, Carlos Griner, diretor de recursos humanos da Suzano, decidiu seguir o método do Action Learning para formar os 8.000 empregados da companhia. O processo de desenvolvimento agora passa por discussões estratégicas, durante as quais os alunos trabalham com problemas reais da empresa e precisam apresentar uma solução ao final do curso. “O aprendizado acontece muito mais na prática do que em sala de aula. Trabalhamos com grupos de cinco a oito líderes, de diferentes áreas, para fortalecer a visão do todo e para dar a oportunidade de contribuição às pessoas de departamentos diferentes”, diz Griner.

O modelo, amadurecido em 2014, preparou 75 dos 400 líderes da Suzano para desenvolver grupos com entregas e desafios reais. Um dos resultados obtidos foi a quebra dos silos e das barreiras entre as áreas, o que contribuiu para o sentimento de pertencimento dos funcionários.

O uso de métodos mais práticos e funcionais é uma tendência que tende a se consolidar nos próximos anos. Afinal, a educação corporativa só faz sentido se melhorar a produtividade e o desempenho dos funcionários.


12 abril, 2016

A COZINHA E VOCÊ: A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO NA SUA VIDA

Um dos meus grandes hobbies é cozinhar. Minhas avós, as minhas grandes inspirações, preparavam massas fantásticas!

Desde que passei a morar sozinho, pude experimentar coisas novas na cozinha, elaborando novos pratos, com diferentes sabores e texturas que mudaram a forma de eu fazer aquele almoço de domingo com a família.

Para chegar nisso, comecei a ir atrás. Livros de receita, Internet e programas de culinária, passaram a fazer parte do meu cotidiano, assim como Taylor, Fayol, Drucker, Chiavenatto e tantos outros autores. Só que nos livros tudo parece fácil. E na prática? Será que combinaria colocar erva doce num molho de tomate com calabresa?

Ler nos ajuda a ter mais conhecimento. Fazer, nos dá a possibilidade de desenvolver o conhecimento de forma aplicada. Quanto mais estudarmos, quanto mais nos dedicarmos às leituras (das mais diversas formas) e mais compararmos com o nosso dia a dia e nossa realidade, mais teremos senso crítico para elaborar planos de vida e de carreira.

Lógico que isso requer esforço, dedicação, organização de tempo e do que iremos ler. Mas se colocarmos cada coisa no seu devido lugar, a receita para o sucesso ficará perfeita!

Ou seja, na sua vida, quanto mais você se debruçar sobre o conhecimento, se arriscar, fazer novas combinações, mais você terá conhecimento e condições para seguir adiante, e ver sua vida dar bons resultados. Assim como a combinação de molho de tomate, calabresa e erva doce.




11 abril, 2016

Conhecer valores do empregador pode impulsionar a carreira*

* Por Jornal O Estado de São Paulo


Sintonia entre os profissionais e os objetivos, metas e balizadores de atuação das empresas é uma das chaves da realização no trabalho

Mesmo sem nenhuma experiência, um profissional sorridente e entusiasmado tem grandes chances de conseguir um emprego na rede de hamburguerias Johnny Rockets, multinacional em operação no Brasil desde o fim de 2013.

Servir entusiasticamente os clientes é um dos principais pontos do posicionamento institucional da companhia. Está descrito no site da empresa, norteia as seleções e os treinamentos dos colaboradores. “Precisamos que as pessoas tenham alegria de trabalhar, porque vendemos entretenimento, e não apenas hambúrgueres”, diz diretor de operações no Johnny Rockets Brasil, Alan Torres.

A experiência de comer uma das lojas da empresa no País envolve, de fato, uma proposta de diversão: além de todos os clientes serem recebidos com um vigoroso “olá” por parte do pessoal no salão, todos os funcionários reservam, de tempos em tempos, um tempo para dançar entre as mesas, acompanhando músicas norte-americanas de meados do século passado.

“As pessoas que vão trabalhar conosco têm de entender a nossa cultura. Na integração (que dura 25 dias, em média), essas questões são muito ressaltadas”, diz o master franqueado da empresa no Brasil, Antonio Augusto Ribeiro de Souza.

Hoje com cinco lojas no País, o Johnny Rockets está em um agressivo movimento de expansão. Em 18 anos, a expectativa da companhia é ter 150 lojas por aqui, por isso ela não pode sofrer com a alta rotatividade. “Para se ter um lugar em que as pessoas têm de dançar e sorrir, elas precisam ser bem tratadas”, diz Torres. Entre os benefícios oferecidos para os funcionários estão um plano de carreira, assistência médica e odontológica, alimentação e seguro de vida, além do salário e das rendas extras decorrentes de venda.

Evidentes, como são no caso da hamburgueria, ou bem mais discretos, a missão, a visão e os valores de uma organização servem para guiar todos os seus passos. Conhecer esses traços da cultura das companhias é um importante aliado para trabalhadores em busca crescimento e realização profissional, na opinião de especialistas em carreira. E o segredo do sucesso, segundo eles, está sediado no terreno da identificação.

Para o diretor de educação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH – Nacional), Luiz Edmundo Rosa, os profissionais devem saber claramente, antes de mais nada, quais são a missão, a visão e os valores que os guiam na vida. “Escolha o seu mercado e busque quais empresas são compatíveis com o que quer. As pessoas mais bem preparadas selecionam os empregadores”, diz.

Feito isso, a hora é de buscar referências. Na seção institucional dos sites, as principais empresas divulgam suas missões, seus objetivos e os seus balizadores éticos, informações que servem como um bom ponto de partida para entendê-las – isso quando os dados são coerentes com a realidade.

“Uma empresa que se diz transparente tem de ser transparente em tudo, inclusive no processo seletivo. Na entrevista, preste atenção em como é recebido”, diz a diretora de gestão de carreiras e talentos da consultoria Right Management, Simone Leon.

Desafio. O grande desafio no mundo corporativo está, segundo ela, justamente em entender quais são os traços implícitos das culturas empresariais, descritas nos comportamentos, nos rituais entre as equipes e nas decisões dos gestores.
Com objetivos de esclarecimento, Simone sugere que os profissionais utilizem as informações dadas pelas empresas como base para comparações. “Olhe projetos sociais da empresa, veja onde ela direciona esforços, veja que movimentos ela está fazendo no mercado, se está em um processo de expansão ou de fusão, por exemplo.”

A consultora Fátima Motta, também professora dos cursos de MBA da ESPM ), diz que os profissionais podem buscar referências em conversas com funcionários das empresas de interesse, em sites que registram reclamações de consumidores e até nas entrevistas de emprego. “O candidato pode perguntar como é o clima entre os funcionários, quais são os motivos para promoções ou desligamentos e até questionar como as empresas realizam o que dizem querer.”

A conexão entre os objetivos pessoais dos profissionais e os das companhias é importante, na opinião de Fátima, porque interferem no engajamento e até na felicidade dos trabalhadores. “Se há conexão, existe prazer, comprometimento e resultados positivos. Acho que seria fantástico se a pessoa colocasse a sua missão, visão e valores pessoais no seu currículo. O problema é que muita gente não sabe dizer quais são seus objetivos.”

Seleção. Do lado das empresas, a identificação é muito valorizada. Segundo a gerente de comunicação e marketing da recrutadora Hays, Mariana Scwharz, os selecionadores analisam, por meio do histórico de ex-empregadores, qual é o perfil de atuação dos candidatos e, eventualmente, propõem problemas, para avaliar quais seriam as posturas do executivo.
“Temos de ver também qual é o momento de vida da pessoa. Uma mulher pode ser agressiva em busca de resultados e ter se dedicado muito ao trabalho, mas, em certa idade, quer ser mãe e terá outras prioridades.”


OS CONCEITOS
Missão
É o propósito da empresa, sua razão de existir. Em geral, as organizações enfatizam nesse conceito não apenas sua atividade-fim, mas os fatores que diferenciam a sua atuação no mercado. Segundo especialistas, o ideal é que a missão seja uma orientação simples e objetiva

Visão
Corresponde ao objetivo maior da empresa ou, em outras palavras, o que ela quer se tornar ou alcançar em um determinado prazo. É comum que as companhias destaquem neste quesito metas como alcançar uma posição de destaque em um determinado setor ou completar um processo interno de adaptação

Valores
São os balizadores de atuação para que a companhia realize a sua missão e chegue ao que estabeleceu como visão. Esses três elementos juntos, concretizados no dia a dia da companhia nas relações interpessoais, nas decisões e nos rituais, formam a cultura organizacional

08 abril, 2016

VIVENDO PELA FELICIDADE

Certa noite numa das minhas aulas, uma aluna me questionou sobre eu ser professor. Com tanto conhecimento que você possui, disse ela, você deveria trabalhar em uma multinacional, ganhar dinheiro, não depender tanto das aulas.

Com um leve sorriso, respondi que ganhar dinheiro é bom (afinal, quem não tem conta pra pagar?), mas nada é melhor do que ter a felicidade no que se faz, independente do valor monetário que se ganha. E assim, continuei a aula.

Nesta mesma noite, curioso com essa pergunta, me deixei levar pelos pensamentos e pelas lembranças de um passado não muito distante. O frio mundo corporativo, com suas fragilidades em torno do poder, de um cargo, de um pseudo status, me deixaram arrepiado. E, lá com meus botões, cheguei a conclusão: eu não faço parte deste mundo.



Em um mundo, cada vez mais individualista e impessoal...estar em contato com pessoas que você pode inspirar e transformar, é uma oportunidade fenomenal de aprender e de trocar experiências. Exercer a criatividade, não se limitando às paredes de uma sala de aula ou de um ambiente controlável, exercita nossa capacidade de conduzir alunos a novos patamares.

Agora, pare e pense. 

Na sua vida, você gostaria de ficar refém das regras e dos paradigmas antigos. Engessando o seu crescimento e limitando o seu conhecimento, pura e simplesmente por causa do dinheiro? Ou você prefere viver com sorrisos, sonhando e inspirando de modo a transformar pessoas e ainda assim, ser remunerado por isso?

Eu escolhi seguir o caminho da FELICIDADE.




07 abril, 2016

Profissional do futuro será empreendedor*

* Por Edilaine Felix - Jornal O Estado de São Paulo



Na visão de estudiosos, falar de carreiras do futuro implica em também abordar as relações de trabalho. “O emprego do jeito que o entendemos hoje, com carteira assinada e jornada definida, vai acabar. O novo emprego será de capacidade intelectual e não mais de trabalhos repetitivos”, afirma o professor da ESPM e estudioso da cultura digital Gil Giardelli, sinalizando que o profissional será mais independente, trabalhando por projetos específicos, sem vínculos por tempo indeterminado com uma única empresa.


Nesse sentido, o professor da Faculdade de Economia da PUC-SP Leonardo Trevisan acredita que o trabalho vai se transformar em uma plataforma de negócios, o que exige adaptabilidade ao contexto econômico e ao mercado por parte deste profissional. Ele deverá se ajustar a ciclos rápidos e à inovação, além de entender como se comportar nesse cenário.

“A empresa não observará apenas o resultado de área, e sim o impacto que o profissional produzirá no negócio”, diz Trevisan.

Nesse ambiente, haverá espaço, por exemplo, para profissionais de cibersegurança e cientistas de dados, entre outros. Mas de acordo com Giardelli, as profissões que devem surgir nos próximos anos não serão apenas de exatas, humanas ou biológicas. “Antes, cada área era estanque, mas no futuro estarão todas do mesmo lado para formar um profissional completo para o século 21.”

Tecnologia. Essa mescla pode ser encontrada, por exemplo, no profissional que reúne habilidades de matemática, estatística, lógica de programação e comunicação escrita e visual. Trata-se do cientista de dados, função cada vez mais requisitada pelo mercado e exercida pelo também professor universitário Leonardo Oliveira Dias, de 34 anos.

Ele é cofundador da Semantix, empresa prestadora de consultoria, treinamento e suporte para tecnologia de big data, internet das coisas, análise de dados, além de serviços técnicos para implantação de cluster (computadores interligados).

“O cientista de dados prevê fraudes e prejuízos, coleta informações meteorológicas, identifica padrões, interpreta dados e os torna compreensível para o público geral e para as empresas”, afirma Dias.

“O cientista de dados não é só um estatístico, ele é um profissional que precisa interpretar e transmitir os resultados com clareza”, reforça o cofundador da Semantix, cuja formação também mesclou tecnologia e jornalismo, tendo iniciado sua carreira em startups.

Tripé. “Quando você pensa em tecnologia, o tripé mobilidade, cloud e analytics está transformando o mundo”, diz o gerente sênior da divisão de tecnologia da Robert Half, Fábio Saad.

Segundo ele, a característica empreendedora tem muita importância nesse novo cenário. “Antes, pensávamos que no futuro um robô tiraria a vaga do ser humano, hoje há inovação tirando emprego de um setor inteiro. E quem perde emprego está cada vez mais interessado em empreender, e empreender no mundo digital.”

Para Saad, o profissional de TI deverá cada vez mais ser formado para ter características empreendedoras e para ser um agente transformador.

Outra atividade que tem despertado o interesse dos mercados é o modern marketing, na qual o seu profissional se utiliza de ferramentas tecnológicas para engajar, conquistar e criar relacionamento com o consumidor de produtos ou serviços.

Perfil. João Pedro Salles Blaconi, de 30 anos, atua na área de marketing digital há oito anos. Formado em publicidade e propaganda com pós-graduação em inteligência de mercado na ESPM e em inovação radical no conceituado Massachusetts Institute of Technology (MTI), nos Estados Unidos, ele esclarece que o modern marketing tem a função de passar para o cliente uma experiência consistente e pessoal de consumo.

“As empresas querem saber como atingir um consumidor específico e utilizamos a tecnologia para classificar e oferecer ao cliente produtos apropriados ao seu perfil. Nós definimos como e de que maneira vamos causar impacto nas pessoas”, conta.

Para trabalhar nessa função, o profissional precisa ter vontade de aprender e de superar as expectativas. “Trabalhamos para clientes que esperam ter resultados tangíveis, reais. Agilidade e assertividade são extremamente importantes para o cargo”, diz Blaconi.

01 abril, 2016