28 julho, 2016

O que podemos aprender com a Fórmula 1 sobre resultados, negócios e carreira*

* Por Mágico Bill

Convido você para refletir sobre essa despretensiosa comparação. Até onde podemos comparar o nosso ritmo de vida, a nossa competência e os nossos resultados com o mundo do automobilismo e, em especial, com a F1?


Sou amante e assíduo expectador das corridas de F1 desde 1980, ano em que o carioca Nelson Piquet já despontava com o seu talento vindo a ser campeão mundial da categoria, nos anos de 1981, 1983 e 1987. O Brasil, com os seus mais de 204 milhões de habitantes, já teve 29 pilotos representados na categoria maior do automobilismo, alcançando 101 vitórias, oito títulos mundiais, dois pilotos tricampeões e um piloto bicampeão mundial.

Aqui começa a nossa comparação:

Não há a menor dúvida que para assentar e competir em um cockpit de um carro de F1, somente tendo um talento diferenciado e foco total nos seus objetivos e no negócio. Por mais que o esporte e o mundo sejam regidos por pressões comerciais, é impossível para alguém, que não tenha a competência necessária, chegar a pilotar em competições oficiais, o bólido de F1. Não conheço outra categoria esportiva ou outro ramo profissional em que somente 20 ou 30 pessoas conseguem ser selecionadas para a competição.

Na Fórmula 1, nós notamos o trabalho em equipe em todas as etapas, desde a concepção do carro, dos projetistas, da tecnologia, dos investidores, dos apoiadores, dos mecânicos, da equipe médica, dos chefes de equipe, dos engenheiros e, é claro, dos pilotos. Qualquer erro, deslize, descuido, procrastinação, preguiça, desconcentração, má vontade ou insuficiência técnica representará prejuízo enorme para os resultados e, como consequência, sofríveis desempenhos.

A Fórmula 1 exige dedicação integral. A cada pré-temporada, a cada treino classificatório e a cada corrida, existe enorme aparato de pessoas e máquinas trabalhando, continuamente e na busca de uma melhor performance e de avanços técnicos.

Indicadores de desempenho, equilíbrio emocional, concentração, ousadia, habilidade, velocidade, resistência física e trabalho em equipe, norteiam, de forma contínua, o cotidiano dos envolvidos no esporte. Descuidos, cálculos subestimados, o desconhecimento do adversário ou uma estratégia errada, podem representar a derrota, a decepção e até mesmo, graves acidentes.

Na Fórmula 1, o compromisso com a educação continuada e com o aperfeiçoamento contínuo são pilares cardeais. Apenas um segundo de diferença pode representar abismos de distância entre você e o seu adversário.

A Fórmula 1 se reinventa a cada ano, seja na tecnologia, seja no regulamento, na expansão de mercados, no layout dos circuitos, na busca pela segurança e na estética de cores, imagens e sons.

A Fórmula 1 representa a globalização, a atratividade comercial, o espírito esportivo, a paz entre as nações. Seus torcedores percorrem o mundo para prestigiar o espetáculo e se confraternizam nas arquibancadas, nos bares e nos gramados de cada circuito mundo afora, trocando risadas, intercambiando culturas e brindando os seus drinks. Não há briga de torcidas, não há revolta e não há provocações entre os torcedores.

Na Fórmula 1 existem regras e elas são cumpridas, com rigor. As regras são claras e a menor infração é severamente punida. Embora possam existir surpresas (e elas alimentam qualquer esporte), em geral vencerão os mais preparados e capacitados. A eles serão reservados a glória do pódio e os louros de suas conquistas.

Na Fórmula 1 os pit stops devem ser rápidos, precisos e perfeitos. Qualquer tempo perdido resultará em sérias e prejudiciais consequências. É nesta hora que o trabalho em equipe mais se manifesta.

A Fórmula 1 requer que o piloto esteja em equilíbrio com a sua saúde física, psicológica e força mental. Há que ter autoconfiança e estar em harmonia com o seu time, com a sua ferramenta de trabalho, com os seus apoiadores, com a torcida e com a família.

A Fórmula 1 é um grande laboratório onde são testados componentes, combustíveis, itens de segurança e avanços tecnológicos que, aos poucos, vão sendo incorporados nos automóveis que usamos nas estradas e nas cidades.

E você? E eu? E nós? O que estamos fazendo no nosso dia a dia para merecermos os resultados que buscamos e para atingirmos os sonhos que sonhamos?

Como está o nosso planejamento, o nosso treinamento e o investimento em nossa carreira? Estamos, de fato, atentos ao que a concorrência está praticando? E a nossa relação com os nossos parceiros? Está satisfatória? Estamos cumprindo bem as regras do jogo? Somos responsáveis em nossas ações? E a nossa ferramenta de trabalho? Está com a manutenção em dia, abastecida, lustrada, afiada, equipada e atualizada? E os nossos clientes? Estão satisfeitos? Quanto o nosso cliente desembolsaria para contratar os nossos serviços?

O que estamos fazendo para beneficiar os que ainda virão depois de nós?

Será que merecemos ser selecionados para algum trabalho especial ou para algo que a imensa maioria das pessoas jamais seria lembrada?

E a nossa família? Está envolvida em nossos projetos? E a nossa saúde? Está harmonizada? E o nosso diferencial humano ou profissional? Está evoluindo a cada dia?

Não há culpa e nem culpados. Tudo depende dos objetivos traçados, das metas e das expectativas que criamos para o nosso trabalho e para a nossa vida. Deste modo, se quisermos um lugar no pódio, não temos tempo a perder. Se a nossa postura for passiva, invejosa, caluniosa, egoísta, covarde, amadora e acomodada, o tempo se encarregará do nosso posicionamento, na longa estrada da vida. Felizmente, se você leu até aqui, creio que está no primeiro grupo, no grupo dos vencedores!

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